Nesta próxima Copa do Mundo, iremos ver mais uma vez um processo que cada vez mais cresce em todo o mundo, devido a vários fatores, dentre os principais sendo a falta de oportunidade, ou a busca de melhores condições financeiras em outros países: Este fato é o processo de naturalização.
Há alguns anos, os grandes países europeus, não só no futebol, mais em outros setores da sociedade, enfrentam uma grande onda de imigração, de países de todos os continentes, inclusive mesmo da Europa, onde encontramos diferenças entre os países do leste europeu e os países que ficam mais a ocidente da Europa. Especialmente dentro do futebol, esse processo é ainda maior, onde observou por exemplo que, o atual campeão da Liga dos Campeões da Europa(UEFA Champions League), a Internazionale de Milão, eu seu elenco titular que jogou a final contra o clube alemão do Bayern de Munique, não possuía nenhum jogador que fosse natural do seu país, a Itália, que por ventura a pouco tempo, se livrou de uma estigma que perdurava a muitos anos: a de ser uma das únicas seleções que não haviam convocado jogador de pele negra, fato superado com a convocação de Fábio Liverani (primeiro negro a jogar na Seleção Italiana, isso em 2001) e de Mario Balotelli, que por ventura é mais uma das várias histórias de jogadores que descendem de famílias vindas da África e que foram morar nos Grandes Países Europeus. No caso dele, ainda há um agravante pelo fato do mesmo ter sido, depois de praticamente não se verificar condições de seus pais biológicos o criarem, Balotelli foi adotado por uma família italiana e rebatizado com o nome da família.
No futebol, das 32 seleções que participaram desta Copa do Mundo da África de 2010, apenas 8 seleções não terão jogadores que são nascidos em outro país, e que foram naturalizados para poderem representar a seleção, que muitas vezes é o país em que os jogadores vivem, ou já viveram e jogaram por clubes destes países e se naturalizaram dentre outras situações diferenciadas, como o caso do atacante Gonzalo Higuain, que joga pela seleção argentina, mas nasceu na França (devido a seu pai, que era argentino e também foi jogador de futebol, na época do nascimento dele jogar por um time Francês), que chegou a ser convocado para a seleção francesa mas decidiu jogar pela seleção argentina, de poloneses que jogam pela seleção alemã, como Miroslav Klose e Lucas Podolski, levados pelo fato de seus pais terem ido morar na Alemanha procurando melhores condições de vida. Existem também algumas situações interessantes, de jogadores que mesmo tendo nascidos em países que possuem seleções consideradas de mais tradição, decidiram por defender a seleção dos pais de origem, como o caso dos irmãos, Altintop, Hamit e Halil, que apesar de terem nascidos em Gersenkilchen na Alemanha, optaram por jogar na seleção da Turquia. Ainda existem casos mais interessantes como os dos irmãos Boateng, Kevin-Prince e Jerome, que nasceram na Alemanha, porém um decidiu jogar pela seleção Alemã e outro pela seleção da terra natal de seu pai (Gana). Inclusive Jerome, da seleção Alemã e Kevin-Prince da seleção de Gana já tem um encontro marcado: No dia 23 de junho, Gana e Alemanha se enfrentam pela terceira rodada da primeira fase da Copa do Mundo de 2010.
Porém o caso mais interessante encontrasse na seleção francesa, que possui ao longo de sua história, diversos jogadores nascidos em suas colônias ou descendentes que cresceram na França. Para se ter uma idéia, um dos maiores jogadores de todos os tempos da França, Yázid Zinedine Zidane, apesar de ter nascido em Marselha na França, tem suas reais origens na Argélia, país da região norte da África e conhecido por ser uma antiga possessão francesa e ter vários habitantes que atravessaram o Mar Mediterrâneo e foram morar na França.
Agora tirando o lado futebolístico da coisa, um dos fatores mais complicados para se conter é a onda de xenofobia que existe nos países europeus que recebem estes imigrantes, pois levam em consideração que perdem suas vagas de trabalho devido a quantidade enorme de imigrantes que habitam em seus países e alguns já procuram conter a entrada de imigrantes com algumas medidas, isso até com países que fazem parte da União Européia. Até no futebol, já houve situações de torcidas que incitaram o racismo, fato que foi veemente punido pelas federações de futebol em que aconteceram estes episódios.
Para finalizar, é importante salientar que independente de nacionalidade, desejamos ter uma bela Copa do Mundo de Futebol, com gols belíssimos, grandes jogadas e principalmente, respeito por parte dos jogadores e que a Copa proporcione bastantes divisas e principalmente uma significativa melhora na imagem da África do Sul, principalmente interna, país que viveu por muitos anos o regime de Apartheid, que separava os brancos dos negros e manchou a imagem deste país extremamente fascinante.